Analfabetismo cai no Brasil, mas aumenta em cinco estados, diz Ipea
Queda no número absoluto foi de 7% em todo o país.
Levantamento com dados da Pnad foi divulgado nesta quinta-feira (9).

Estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quinta-feira (9) aponta que o número absoluto de analfabetos brasileiros com 15 anos ou mais caiu 7% entre os anos de 2004 e 2009. No entanto, no mesmo período cinco estados registraram aumento deste contingente. Hoje, o Brasil tem 14.104.984 de analfabetos. 
O levantamento foi feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Em números absolutos, a redução de analfabetos corresponde a pouco mais de um milhão de pessoas em todas as regiões do país. Em termos relativos, a taxa de analfabetismo passou de 11,5% para 9,7%.
Os cinco estados que tiveram crescimento no número absoluto de analfabetos foram Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Rondônia e Acre.
A região Centro-Oeste apresentou a menor queda do número absoluto de analfabetos (1,6%), uma vez que os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tiveram aumento deste contingente.
A redução do número de analfabetos da região Sul ficou abaixo da média nacional (7,3%), devido ao aumento ocorrido em Santa Catarina (14%).
Os dados mais positivos vêm das regiões Norte e Nordeste, que registraram as maiores quedas nas taxas. O Nordeste reduziu 16,6% a taxa de analfabetismo e todos os estados da região tiveram queda em termos absolutos e relativos.
No Norte, a taxa de analfabetismo teve redução de 17%. O destaque foi o Amapá, onde o índice caiu 66%. A taxa de analfabetismo neste estado passou a ser a mais baixa do Brasil: 2,8%.
Na região Sudeste, a redução do contingente de analfabetos foi ligeiramente menor que a média nacional (6,6). Apenas o Rio de Janeiro registrou índice favorável (12,3%).
Confira as taxas de analfabetismo da população de 15 a 64 anos, segundo dados da Pnad:
Região
Taxa de analfabetismo em 2009
Nordeste
15,0%
Norte
8,1%
Centro-Oeste
5,5%
Sul
3,7%
Sudeste
3,7%
Estado
Taxa de analfabetismo em 2009
Estado
Taxa de analfabetismo em 2009
Alagoas
20,8%
Mato Grosso do Sul
6,2%
Piauí
19,2%
Espírito Santo
6,0%
Paraíba
18,0%
Minas Gerais
5,7%
Maranhão
14,9%
Goiás
5,6%
Ceará
14,9%
Roraima
5,0%
Rio Grande do Norte
14,7%
Amazonas
5,0%
Pernambuco
14,2%
Paraná
4,6%
Sergipe
14,1%
Santa Catarina
3,3%
Bahia
13,0%
Rio Grande do Sul
3,1%
Acre
12,7%
São Paulo
3,0%
Pará
9,8%
Rio de Janeiro
2,8%
Tocantins
9,2%
Distrito Federal
2,5%
Rondônia
7,5%
Amapá
1,5%
Mato Grosso
7,3%







Idosos
O maior número de analfabetos brasileiros tem 65 anos ou mais. A taxa de 34,4% caiu para 30,8%, entre os anos de 2004 e 2009. Segundo o Ipea, apesar da queda, houve um aumento em número absolutos da ordem de 490 mil analfabetos.
A pesquisa ainda revela que o índice de analfabetismo é maior entre os moradores das áreas rurais (23%) do que na das urbanas (7%). Há diferença também dos níveis de analfabetismo entre brancos (5,9%) e negros (13,4%).
Outro fator que evidencia as disparidades é a renda. O estudo do Ipea aponta que o analfabetismo entre pessoas que estão na faixa de renda familiar per capita maior que três e menor que cinco salários mínimos é cerca de 20 vezes menor que as pertencentes à faixa de até um quarto de salário mínimo.



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Secretaria Executiva do Fórum Paranaense de EJA.